As coisas que a minha doença me ensinou
Impossíveis de enumerar num único post, num único dia. Farto da medicação, e já com conhecimentos de psicologia, achei que um ramo emergente, a Programação Neurolingística, me poderia ajudar. Irritavam-me os títulos que prometiam altos desempenhos aqui ou ali, empresas prosperando, competitividade, competitividade. Ainda hoje é a isso que a PNL surge mais associada, o que me parece um desperdício. O organismo humano não foi feito para viver de emoções básicas, como a competição. O que o faz atingir a saúde e a longevidade, são os sentimentos elevados. Os chamados sentimentos positivos. Como a cooperação, contrária à competitividade. A bibliografia a esse respeito nunca mais acaba, é muito fácil comprovar o que digo, se bem que me parece tanto óbvio como intuitivo.
Aprender a falar comigo mesmo, controlar os meus pensamentos negativos até ao ponto a que isso se reflectisse nas emoções e as transformasse, foi um trabalho árduo que ainda dura. Tomar consciência de que as palavras que utilizamos quer quando falamos, quer quando pensamos, podem ter impacto directo na nossa saúde e bem-estar (veja-se, a este respeito, o que consta na wikipédia, acerca da PNL), foi um TPC difícil que me trouxe bons frutos. O facto de se tratar de algo inventado por americanos deixou-me algo reticente, mas com o tempo verifiquei que se trata de uma estratégia eficaz. Mas é como tocar um instrumento. Recorri a cadernos onde escrevo afirmações positivas que me fazem sentir bem ao escrevê-las. No entanto, isso não se revelou suficiente e compreendi que o meu diálogo interno a cada momento pode fazer toda a diferença (como introvertido que sou, o meu diálogo interno é constante e intenso). Tive de aprender a interceptar, a cada instante, os pensamentos negativos e de tentar encontrar palavras, argumentos, pensamentos positivos que contrariassem a negatividade que estava a sentir. É muito difícil. Uma pessoa está a tentar prestar atenção ao mundo exterior, ao que está a fazer no momento, ao que vai fazer a seguir... Ainda mais prestar atenção ao que se está a pensar e, pior ainda, procurar exercer juízo crítico acerca do que se está a pensar e controlar esses mesmos pensamentos? Efectivamente, é como um instrumento: requer horas de prática e treino. Mas consegue-se. Com o tempo evolui-se e todo esse trabalho acaba a reflectir-se no nosso bem-estar interior e isso, por sua vez, reflecte-se no exterior. Passei de um bipolar grave a um bipolar suave que nem sempre precisa de medicação, graças a esta estratégia.
Agora há cursos a ensinar coisas complexas relacionadas com a PNL. São absolutamente válidos e muito interessantes; eu mesmo frequentei vários. Mas a bem da verdade, basta ler uns quantos livros da Louise Hay ou de outros nomes da velha guarda da auto-ajuda, para ver lá explicado, de forma muito simples, como tudo funciona. Eu posso tentar explicar aqui, mas não sei se conseguirei ser tão objectivo quanto a Louise em vários livros.